José Celso Martinez Corrêa (Araraquara SP 1937). Diretor, autor e ator. Destacado encenador da década de 60, inquieto e irreverente, líder do Teatro Oficina, uma das companhias mais conectadas com o seu tempo. Encena espetáculos considerados antológicos, tais como Pequenos Burgueses; O Rei da Vela; e Na Selva das Cidades. Nos anos 1970, vivência todas as experiências da contracultura, transformando-se em líder de uma comunidade teatral e das montagens de suas criações coletivas. Ressurge nos anos 1990, numa nova organização da companhia, propondo uma interação constante entre vida e teatro .
Estuda na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, USP, e participa do Centro Acadêmico XI de Agosto, integrando o núcleo de estudantes que funda o Oficina, grupo de teatro amador. Seus primeiros textos, Vento Forte para Papagaio Subir, 1958, e A Incubadeira, 1959, ambos autobiográficos, são montados pela equipe sob a direção de Amir Haddad. Para comemorar a presença de Jean-Paul Sartre no país, traduz e adapta, juntamente com Augusto Boal, líder do Teatro de Arena, o roteiro cinematográfico de A Engrenagem, encenado por Boal com o Teatro Oficina em 1960.
Em 1961, o Teatro Oficina inaugura a sua fase profissional e sua casa de espetáculos, alugada e reformada na Rua Jaceguai. A empresa é composta pelos sócios Renato Borghi, José Celso Martinez Corrêa, Ronaldo Daniel (que depois se torna importante diretor na Inglaterra, como Ronald Daniels), Paulo de Tarso e Jairo Arco e Flexa. Para abrir a programação, é encenada A Vida Impressa em Dólar, de Clifford Odetts, estréia de José Celso como diretor. O estreante realiza um trabalho seguro sem grandes ousadias, em que o elenco se mostra uno e talentoso, destacando-se as interpretações de Fauzi Arap, Célia Helena e Eugênio Kusnet. Este último, profundo conhecedor do método Stanislavski, colabora na preparação dos atores. A montagem rende a José Celso o prêmio revelação de diretor pela Associação Paulista de Críticos de Teatro – APCT.
Em 1962, a equipe monta Todo Anjo é Terrível, de Ketti Frings, adaptado do romance autobiográfico de Thomas Wolffe, confirmando as aptidões do jovem encenador. O texto retrata a trajetória do "artista quando jovem", e, contando com a presença da consagrada atriz Henriette Morineau, amplia o prestígio da companhia. Com toda a experiência adquirida nos anos anteriores sobre a elaboração psicológica das personagens com base no método Stanislavski, o Oficina coroa a fase de montagens realistas dando o seu primeiro grande salto em termos de espetáculo: em 1963, José Celso encena Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, com enorme repercussão. O diretor consegue estabelecer um convincente paralelo entre as perplexidades da Rússia pré-revolucionária e as de um Brasil às vésperas do golpe, levando todo o elenco a desempenhos emocionantes. Pequenos Burgueses torna-se um espetáculo extremamente rentável, sendo remontado várias vezes, elevando José Celso ao posto de um dos mais talentosos e originais diretores do momento e o tempo o consagra como um marco histórico: segundo alguns críticos, a mais perfeita encenação stanislavskiana do teatro brasileiro.
Adaptação
● 1960 - São Paulo SP - A Engrenagem
● 1991 - São Paulo SP - As Boas
● 1996 - São Paulo SP - Para Dar um Fim no Juízo de Deus
● 1996 - São Paulo SP - As Bacantes
● 2001 - São Paulo SP - Os Sertões. A Terra
● 2003 - São Paulo SP - Os Sertões. O Homem 1
● 2003 - São Paulo SP - Os Sertões. O Homem 2
● 2005 - São Paulo SP - Os Sertões. A Luta 1
● 2006 - São Paulo SP - Os Sertões. A Luta 2
● 2007 - São Paulo SP - Os BandidosAutoria
● 1958 - São Paulo SP - Vento Forte para um Papagaio Subir
● 1959 - São Paulo SP - A Incubadeira
● 1998 - São Paulo SP - Cacilda!
● 2008 - São Paulo SP - Vento Forte para um Papagaio Subir
Fonte: Itaú Cultural
Fonte: Itaú Cultural
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