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domingo, 6 de março de 2011

Plínio Marcos (1935 – 1999)


Plínio Marcos de Barros nasceu em Santos, em 29 de Setembro de 1935, e faleceu em São Paulo, em 19 de Novembro de 1999. Filho de um bancário (Armando) e de uma dona-de-casa (Hermínia), tinha 4 irmãos e uma irmã.
Tinha dificuldade de aprendizado (era considerado um débio mental) levou 10 anos para concluir o primário.
Seu Pai o colocou como aprendiz de encanador mas acabou seguindo a profissão de funileiro. Seu pai também era espírita e acabou colocando-o também para vender livros numa praça de Santos.
Começou a vida profissional como palhaço de circo.  Ele queria namorar uma moça do circo que tinha se instalado em sua cidade, como o pai da moça só deixava a namorar pessoas que fossem do mesmo, ele decidiu entrar. Ele foi pego roubando um passarinho então o apelidaram de Frajola, com o qual também foi nome do seu palhaço. Mas começou fixo mesmo no circo depois de sair do quartel.
Também começou a se apresentar na TV-5, de Santos, como humorista e como palhaço Frajola, alcançando grande popularidade. Já era apresentado nos shows como “o cômico mais querido da cidade”, ou “o cômico da televisão.
Em 1958, “a Patrícia Galvão, a Pagu, estava precisando de um cara pra substituir um ator de uma peça infantil que ela estava fazendo Pluft, o Fantasminha e que tinha que ser feita no dia seguinte. Ele aceitou e acabou descobrindo pessoas de intelectuiais rarissimos.

Veio pra São Paulo de vez em 1960. Aqui, sua primeira viração foi vender coisas de contrabando. Buscava em Santos e vendia aqui: cigarros americanos, rádio de pilha, esses troços. Ficou um tempão trabalhando de camelô.
Entrou na Companhia da Jane Hegenberg, fez teatro infantiu, fez teste para a companhia Cacilda Becker onde Ziembinsky era diretor. Fez o Juca afogado  na peça o Santo Milagroso, não foi muito bem recebido pela crítica e deixou o grupo.
Em 1965 foi fazer Reportagem de um Tempo Mau, no Teatro de Arena. E a Censura proibiu. Nunca desistiu, de manhã, vendia álbum de figurinha na feira, de tarde trabalhava na técnica da Tupi e à noite fazia uns bicos como administrador do Arena. Começou a organizar sua nova peça Jornada de um imbecil até o entendimento, no entanto depois de tanto trabalho e ensaio veio a censura novamente.

Todo mundo queria textos de Plínio Marcos. E o Ginaldo de Souza, que dirigia o Teatro Jovem, do Rio de Janeiro, também quis. Chamou o Luís Carlos Maciel pra dirigir a Barrela. Depois de um mês de ensaio, a Censura proibiu a peça. Foi convocada a classe teatral, os críticos do Rio e de São Paulo escreveram pedindo a liberação, depois de assistir à peça em sessões clandestinas. (Fizemos três, com o teatro cercado por policiais). Pareceres importantes como esses e outros foram enviados ao então Ministro da Justiça, Gama e Silva. De nada adiantaram os argumentos. Era março de 68, e o ministro proibiu a peça.
Em 69 uma nova tentativa para a liberação da peça, mas de nada adiantou, foi censurada novamente.
No dia 3 de Agosto de 1968, o jornal Folha de São Paulo publica: A situação de Plínio Marcos é a seguinte: trabalho dele que chega em Brasília, antes mesmo de ser lido, os censores dizem: Plínio Marcos? Proibido. Após o ano de 1968, o teatro de Plínio Marcos era sistematicamente censurado. Até mesmo Dois Perdidos Numa Noite Suja e Navalha na Carne, que já haviam sido apresentadas em diversas regiões do país, foram interditadas em todo o território nacional.
Na década de 70, Plínio Marcos era o próprio símbolo do autor perseguido pela censura. Era considerado um maldito, que incomodava a ditadura e a Censura Federal. Foi preso pelo 2º Exército em 1968, sendo liberado dias depois por interferência de Cassiano Gabus Mendes, então diretor da Televisão Tupi. Também foi preso em Santos por se recusar  a acatar a interdição do espetáculo.
Há dezessete anos era dramaturgo e no mesmo período tem a peça Barrela proibida pela censura.

Autoria

● 1958 - Barrela
● 1969 - Os Fantoches (1º versão de jornada de um imbecil até o entendimento)
● 1963 - Enquanto os navios Atracam (1º versão de Quando as máquinas param)
● 1965 - Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (2º versão de os fantoches)
● 1965 – Reportagem de um tempo mau
● 1966 – Dois perdidos numa noite suja
● 1967 – Dia virá (1º versão de Jesus Homem)
● 1967 – Navalha na carne
● 1967 – Quando as máquinas param (2º versão de Enquanto os navios atracam)
● 1968 – Homens de Papel
● 1968 – Jornado de um imbecil até o entendimento (3º versão de os fantoches)
● 1969 – O abajur lilás
● 1969 – Oração para um pé de chinelo
● 1970 – Balbina de Iasã (Musical)
● 1976 – Feira livre (Opereta)
● 1977 – Noel Rosa, O poeta da vila e seus amores (Musical)
● 1978 – Jesus Homem (2º versão de dia virá)
● 1979 – Sob o signo da discoteque
● 1979 – Querô, uma reportagem maldita (Adaptação para teatro do romance do mesmo título, escrito em 1976)
● 1985 – Madame Blavatsky
● 1986 – Balada de um palhaço
● 1988 –  A mancha roxa
● 1993 – A dança final
● 1995 – O assassinato do anão do caralho grande (Adaptação para teatro da novela de mesmo título)
● 1996 – O homem do caminho (monólogo adaptado de um conto do mesmo título, originalmente intitulado Sempre em Frente)
● 1997 – O bote da loba
● 1997 – Chico Vilola (inacabada, várias versões anteriores)
 


Fonte: Itaú Cultural

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