Formado como Teatro do Onze, no Centro Acadêmico 11 de Agosto da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo, USP, em 1970, com a encenação de O Evangelho Segundo Zebedeu, direção de Silnei Siqueira para um musical de César Vieira - seu principal líder desde então -, utiliza um circo montado no Parque Ibirapuera nas suas apresentações. Remanescentes dessa primeira experiência fundem-se com outros, originários do Grupo Casarão, para a montagem seguinte, Rei Momo, espetáculo concebido como desfile de escola de samba, em 1973. O afastamento da instituição universitária e a denominação União e Olho Vivo ocorrem nesse período e marca a itinerância como seu perfil mais proeminente. Entre os mais antigos participantes estão César Vieira (Idibal Almeida Pivetta, advogado), Neriney Evaristo Moreira, José Maria Giroldo e Ana Lúcia Silva. Na época, dezenas de integrantes já circularam pelo grupo e não é raro integrarem à trupe espectadores mais empolgados que decidem acompanhá-la.
Em 1978, lançam Bumba Meu Queixada, novo texto supervisionado por César Vieira estruturado sobre folguedo do boi-bumbá que tem a greve como tema. Somente em 1984 surge Morte aos Brancos - A Lenda de Sepé Tiaraju, ambientado nas Missões e enfocando o massacre dos índios guarani em episódio histórico de resistência cultural. Barbosinha Futebó Crubi - Uma História de Adonirans desenvolve-se em torno do futebol e do ambiente musical do compositor Adoniran Barbosa, lançado em 1991. Um novo trabalho, em 1996, Us Juãos e Os Magalis desenrola-se em torno de uma revolta popular ocorrida na Bahia no período da colonização. Em 2000 estréia A Revolta da Chibata, que destaca o negro João Cândido como herói popular.
Além do teatro, o União e Olho Vivo dedica-se à música, com diversos shows no seu repertório. Percorre, na sua longa existência, um sem-número de locais na periferia de São Paulo e em municípios próximos; apresenta-se em locais como sindicatos, salões paroquiais, quadras de escolas de samba, escolas, praças públicas e outros. Muitas viagens para o exterior e participações em festivais tornam a iniciativa conhecida, quer na Europa, quer na América Latina, amealhando prêmios e distinções.
Ao avaliar a situação do grupo, o crítico Oswaldo Mendes assinala: "Das experiências que vem sendo realizadas de um teatro de periferia (urbana e econômica) uma das mais significativas é a do Teatro União e Olho Vivo. Um grupo que se disponha a fazer teatro popular precisa carregar a crença no trabalho em si, com todas as dificuldades de se manter à margem ou apesar dos auxílios e colaborações que recebe. (...) E sua importância está no quase anonimato com que presta um dos serviços mais urgentes não apenas para o teatro mas para toda nossa periferia urbana e econômica, propositadamente marginalizada do processo cultural”.
Com freqüência recorrendo ao folclore para ambientar enredos, o grupo procura evidenciar um foco de conflito entre o povo e elites governantes, com a marcação de contrapontos e a sugestão de organização popular como alternativa de sobrevivência. Desenvolve técnicas de criação coletiva (aqui chamadas de trabalho coletivo), cria uma estética própria e de assegurada comunicação com suas platéias.
O crítico Jefferson Del Rios destaca a segurança artística do conjunto: "O grupo União e Olho Vivo, ao longo de uma década, depurou seus meios expressivos, descobriu soluções práticas para um teatro materialmente pobre. O resultado é visível na comunicação imediata com a platéia. Todos os encantos circenses-teatrais estão presentes: cores, roupas, truques; e a eles se acrescenta a visão crítica da sociedade. A sutileza na discussão de igual para igual com o espectador. O Teatro União e Olho Vivo faz intervenção artística e política amadurecida, bonita e comovedora”.
Espetáculos
● 1967 - São Paulo SP - Corinthians, Meu Amor
● 1973 - São Paulo SP - O Evangelho Segundo Zebedeu
● 1973 - São Paulo SP - Rei Momo
● 1978 - São Paulo SP - Bumba, Meu Queixada
● 1981 - São Paulo SP - América, Nossa América
● 1984 - São Paulo SP - Morte aos Brancos - A Lenda de Sepé Tiaraju
● 1991 - São Paulo SP - Barbosinha Futebó Crubi - Uma História de Adonirans
● 1996 - São Paulo SP - Os Juãos e Us Magalís - Uma Chegança de Marujos
● 1999 - São Paulo SP - O IPTU que Apita
● 2000 - São Paulo SP - Brasil Quinhentão!??
● 2001 - São Paulo SP - João Cândido do Brasil - A Revolta da Chibata
Fonte: Itaú Cultural
● 1973 - São Paulo SP - O Evangelho Segundo Zebedeu
● 1973 - São Paulo SP - Rei Momo
● 1978 - São Paulo SP - Bumba, Meu Queixada
● 1981 - São Paulo SP - América, Nossa América
● 1984 - São Paulo SP - Morte aos Brancos - A Lenda de Sepé Tiaraju
● 1991 - São Paulo SP - Barbosinha Futebó Crubi - Uma História de Adonirans
● 1996 - São Paulo SP - Os Juãos e Us Magalís - Uma Chegança de Marujos
● 1999 - São Paulo SP - O IPTU que Apita
● 2000 - São Paulo SP - Brasil Quinhentão!??
● 2001 - São Paulo SP - João Cândido do Brasil - A Revolta da Chibata
Fonte: Itaú Cultural
Nossa vida é um palco onde sempre temos que fazer com que a cada dia esteja sempre iluminado:refletir.bjs
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